Fundamentos e modelos teorico metodológicos

Data da Publicação: 26/08/2018


Conversas (in)(con)formadas sobre ensinar, aprender e ser professor

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Charge by Quino
 

Assim como a Mafalda, personagem do chargista Quino, percebe que pode ter conversas literárias em um espaço que, por vezes, impede outras falas, assim também conversas foram acontecendo durante as aulas de “Fundamentos e Modelos Teóricos-Metodológicos de Ensino e de Aprendizagem”, ministradas pela Profa. Dra. Bianca Santos Chisté, no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências da Natureza – PGECN da Universidade Federal de Rondônia – campus Rolim de Moura, em maio/2018.

Essas conversas foram envolvidas por questões que atravessam a caminhada de formação do professor - nossa caminhada -, cujo caminho não é determinado por um ponto de chegada.           

Logo, a proposta da disciplina, principalmente, foi pensar as concepções de ensinar e aprender nesse processo de formação enquanto mestrandos, através de um deslocamento do olhar, de modo que, a partir de nossas experiências vivenciadas diariamente enquanto professores de crianças e adolescentes, essas concepções pudessem ser problematizadas e pudéssemos olhar de maneira diferente a aprendizagem e o ensino.

Assim, as conversas foram disparadas junto às falas da Mafalda, como apresenta uma das tirinhas logo acima utilizadas nas aulas, em que suas narrativas e de seus companheiros mobilizaram tanto certezas sobre a atuação da escola hoje, quanto expectativas sobre as possibilidades de transformar práticas subversivas da criatividade e singularidades, em práticas potentes que, de algum modo, alcancem as crianças e os adolescentes naquele espaço.

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          Imagem: mestrandos PGECN e Profa Bianca Chisté. Fonte: arquivo da turma, maio 2018

Encontramos também em Gallo (2012)[1] um outro jeito de olhar para esses verbos tão imprescindíveis na atuação do professor: ensinar e aprender. Utilizando um texto de Clarice Lispector, Gallo (2012) provoca-nos a pensar o que acontece quando se aprende aquilo que nem foi ensinado. Nesse sentido, então, aprender nem sempre está grudado ao ato de ensinar, e este também, necessariamente, não é uma causa única para que aprendamos, principalmente em um tempo determinado, como a escola sugere. Nessa perspectiva, basta que olhemos para as experiências que nos atravessam, seja em casa, na rua, na praça ou no sítio, e percebamos que durante as situações vivenciadas nesses espaços estamos expostos ao aprender em qualquer circunstância.

Há também pistas desse processo nos embalos da vida, cujos signos presentes na comunicação entre familiares, brincadeiras quando criança pequena e imagens do passado produzidas ao longo da vida que, de certo modo, indicam aprendizagem movente. E, por meio da sensibilidade do olhar sobre esses acontecimentos, também entendemos que processos de ensino se proliferam.

E neste processo de ensinar e aprender, fomos levados a produzir um pequeno vídeo sobre momentos inesperados de aprendizagem significativa. A tensão e ao mesmo tempo a emoção, neste processo de produção, nos fez relembrar que a aprendizagem se dá de diversas maneiras, nos fez pensar, enquanto professores, o que estamos ensinando além do livro didático e dos conteúdos programáticos. Ao apresentar e assistir os vídeos dos mestrandos, podemos compartilhar momentos importantes em nossa trajetória e conhecer parte da caminhada dos discentes.

E assim foi nossa semana, desencaixotando emoções e tentando raspar as tintas que um dia nos pintaram.

 

Autores: Gabriel Tenório dos Santos e Sônia Schneider

 

[1] Gallo, Silvio. As múltiplas dimensões do aprender. In COEB – Congresso de Educação Básica: aprendizagem e currículo. 2012. Disponível em <http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/13_02_2012_10.54.50.a0ac3b8a140676ef8ae0dbf32e662762.pdf > Acessado em 14 Ago 2018

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