Senta que aí vem história 1..... conhecendo a Turma PGECN 2018

Data da Publicação: 18/02/2019


AS VEZES É NO DESESPERO QUE NASCE A VONTADE DE “VOAR

 

“[...] minha imaginação não tem estrada.

E eu não gosto mesmo da estrada.

Gosto do desvio e do desver”.

Manoel de Barros

Catiane Monteiro Pacheco Souza

catianemonteiropacheco@gmail.com

 

Senta que lá vem história...meu nome é Catiane tenho 35 anos, nasci em uma família de pai e mãe que estudaram até o 4º ano. Eu comecei a estudar no 1º ano porque onde morávamos não tinha pré-escolar. No 5º ano comecei um histórico de reprovação penso que era devido a muito trabalho porque meu pai nesse período fazia pamonhas para vender na feira e eu o ajudava até as uma da madrugada então não dormia direito e pela manhã ia para escola, quando finalmente sai do 5º ano e terminei o 6º nós mudamos para um sítio não havia possibilidade de estudar. Então, não voltei para escola na adolescência, me casei tive um filho me separei, me casei novamente e tive uma filha, na ocasião minha filha tinha dois aninhos eu resolvi voltar a estudar para ter um “tempo” só para mim pois minha filha era “terrível” e me deixava esgotada.

Comecei novamente no 5º ano, então fiz até o 8º pelo supletivo e o ensino médio seriado no EJA, conclui o ensino médio em 2010, todos os anos eu fazia a prova do Enem tentando uma vaga na Unir em 2014 finalmente consegui. Foram quatro anos de muitas conquistas e também de dificuldades, primeiro porque quando cheguei na tão sonhada graduação meu conhecimento era de uma pessoa analfabeta funcional. Consegui entrar na 80ª vaga, mas mesmo assim, disse para mim mesma que faria a diferença e não decepcionaria a vaga que a mim foi confiada e assim foi, fiz várias viagens durante a graduação sempre com o apoio da universidade participei de programas PIBIC/PIBID, muita escrita e publicação de artigos que expandiram meus horizontes. Essa é a parte boa, mas já houveram dias de choro embaixo do chuveiro, de raiva e vontade de desistir, mas no outro dia eu começava tudo outra vez com a mesma garra de antes. E a questão financeira? Passei a graduação vivendo de bolsa, várias vezes não tinha dinheiro para fazer as apostilas tirava fotos no celular ou pedia que alguém fizesse e compartilhasse no grupo, mas eu tinha um alento isso não exclusivo a mim. Já no final da graduação fiquei grávida, só tinha vontade de ficar deitada, então eu lia deitada, escrevia deitada, mas mesmo assim consegui nota 10 no TCC. Isso não é para me exaltar, mas sinto orgulho sim porque estudar na atual conjuntura financeira, política e sem conhecimento prévio é passar pela “janela”, é realmente uma forma de rebeldia e protesto.

Surgiu então a oportunidade de tentar uma vaga de mestrado na ocasião estava no 3º trimestre de gestação a última avaliação foi no dia 13 de novembro dia 15 comecei a ter contrações e hoje tenho uma linda filha. Sempre pensando, uma oportunidade de fazer mestrado na minha cidade e na mesma universidade que me tirou da condição em que me encontrava, então tentei e consegui, espero honrar a vaga confiada a mim e continua...

Contudo, devo ressaltar que tive apoio incondicional do esposo da família e algumas pessoas da turma e professores que foram muito importantes nesse processo.  

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