Senta que aí vem história 5..... conhecendo a Turma PGECN 2018

Data da Publicação: 19/02/2019


Com o foco no comando, a fé no coração nunca darei tréguas para os meus sonhos!

 

Elízia dos Santos

 

 

Eu casei-me muito nova. Tenho três filhos lindos e muito amados, duas meninas com 17 e 16 anos e um menino com 13 anos. Minha história com a educação começa a partir do momento que retomei meus estudos no Centro de Ensino para Jovens e Adultos (CEEJA) com o objetivo de concluir o ensino médio. Desde então, me apaixonei pelos estudos e não parei mais.

Sempre estudei em escolas públicas, por vezes o ensino parecia raso, mas minha vontade de aprender era tamanha que fazia-me buscar por aquilo que sentia não aprender na escola. Esta não é uma crítica a escola pública. Tive professores maravilhosos, mas também tive professores “taxistas” cumpriam sua função de estar lá, ir e vir, sem nenhuma ligação com nós/alunos ou com o processo ensino/aprendizagem. Foi assim que concluí meu ensino médio.

Chegar ao ensino superior foi ao mesmo tempo um prêmio e um pesadelo: me vi como uma acadêmica perdida no tempo e espaço, cotidianamente confrontei monstros que nem imaginava existir, e mesmo não sendo a acadêmica que tirava notas máximas, entreguei minha energia, meu tempo, tudo que tinha e confrontei cada um dos monstros (os teóricos, os metodológicos, os que haviam roubado minhas oportunidades no ensino fundamental e médio). Na graduação recuperei tudo o que havia sido tirado de mim, e ao concluir a graduação me apoderei de algo único, o saber que o conhecimento é uma fonte de poder, de realização de vida e também de orgulho.

Por alguns momentos pensei ser incapaz, pensei que não tivesse conseguido superar as falhas do meu ensino básico e até mesmo que não tivesse conhecimento nem capacidade para tal pretensão. Caminhando se renova o gosto pelo caminhar, assim busquei um mestrado em educação pela UNIR a (483 km) em Porto Velho. Tão longe, e tão improvável tanto pela concorrência como pela logística, mas cheguei perto. Embora não tenha conseguido, pude compreender que durante a busca por qualquer objetivo, encontramos percalços e, esses, ou nos ensinam ou nos travam. Eu, escolhi a primeira opção. Sentir a sensação de chegar muito perto, de quase estar a porta dos seus objetivos algumas vezes tem o sabor amargo, outras vezes tem o leve sabor da vitória e aprendizagens.

Os dias passaram e eu sabia que precisava reagir e começar a me preparar para o próximo edital continuando meu caminho na estrada do conhecimento fiz seleção para a especialização (Lato Senso) em Gênero e diversidade na Escola, na UNIR. Fui aprovada, participei ativamente em todas oportunidades e estou concluindo.

No edital do mestrado em Ciências da Natureza de (2019) vi uma nova oportunidade de realizar meu sonho, dediquei todos meus fins de semana, madrugadas e intervalos de trabalho para estudar com afinco, e valeu a pena. Cá estou. Primeira etapa do sonho realizado: sou uma mestranda.

Eu poderia ter desistido, mas não me sentiria bem comigo mesma, então me propus passar todas aquelas experiências como um processo de aprendizagem sobre minhas capacidades, minhas reações, quem eu sou e como me vejo no mundo.

Não sei se isso se chama força de vontade ou apenas fé! O que sei, é que, sigo acreditando, que é preciso desenvolver estudos e pesquisas, que visem possibilidades e desafios para transformar a escola um lugar para todos, um lugar que contemple a diversidade por meio do currículo, com propostas pedagógicas distantes de palavras que não tem espaço no ambiente de ensino/aprendizagem como a palavra intolerância, preconceito, racismo, homofobia.

Uma escola que possa ser porto de partida para muitas crianças, adolescentes que como eu sonham, uma escola que não desperdice nosso maior tesouro: o ser humano e todas suas individualidades, diminuindo os estranhamentos e firmando-se cada vez mais na ética e no respeito, elementos fundamentais da convivência humana e tão escassos. É isso que me leva a fazer esse mestrado, para colaborar e tentar ser como um daqueles raros professores que tive, e que marcaram minha vida a ponto de hoje fazerem parte dessa pequena autobiografia como “mestranda”.

Mais uma vez sei que a caminhada será longa e árdua. Mas sinto-me mais madura, as circunstâncias me ensinaram, compreendi que não preciso ser um gênio, ninguém precisa nascer um gênio, preciso de determinação, oportunidade, foco, concentração e confiar honestamente que fazer o melhor a cada dia, me trará além de mais uma formação, me trará paz comigo mesma.

 

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