Memórias partilhadas 1 Turma de 2017

Data da Publicação: 23/02/2019


MEMÓRIAS; SÃO MINHAS MAS COMPARTILHO

WERMITON TIAGO SANTOS SOLIDERA

 

Como em um clique, meu cérebro começa a fazer os neurônios que formaram minhas memórias entrar em ação novamente e reproduzir momentos que foram compartilhados com muitos amigos. Nesse dia em especial ele fez uma retrospectiva da minha vida como estudante e logo percebi que deveria ter muito mais lembranças, porém não vou questioná-lo, pois ele sabe quais são as melhores memorias a serem guardadas. Ao tocar nesse contexto psíquico percebo que minhas memórias não pertencem apenas a mim, pois muitos são as pessoas com as quais as compartilho e reforço tais lembranças (HALBWACHS, 2013).

Comecei a estudar em 1999, “nossa tem 20 anos” inicialmente em uma escola rural na propriedade de meu pai, porém poucos dias depois esta foi desativada, fomos encaminhados para uma escola pólo próxima chamada de Ana Néri no município de Colorado D’Oeste (RO). Escola humilde, porém acolhedora ali estive presente por oito anos, estudando e formando amizades que compartilho até hoje.

Ao terminar essa etapa passei a estudar na cidade, lugar hostil e desconhecido, não foi a melhor das experiências. Mas a característica biológica falou mais forte e logo me adaptei, formando em minha vida as melhores memórias possíveis. Para estudar quatro horas em sala permanecíamos dez horas longe de casa, percebi que o aprendizado de mundo foi além da escola.

Primeiro vestibular de licenciatura em biologia do IFRO, fiz e passeie, mas não tinha ideia do que era uma graduação, pensa em uma criatura que sofreu... todos os dias tendo que levantar as três horas da manhã para tirar leite, depois percorrer 25 KM de moto, participar de um programa de extensão que era diário, por conta de uma bolsa da Capes de 400,00 reais. Nessa época que conheci a professora Neiva, temida por muitos e admirada por mim, ela fez a diferença em minha vida acadêmica..

Ao terminar os estudos comecei a trabalhar como professor do Estado, fiz uma pós graduação, casei, enfim eu tinha uma vida normal, mas queria algo mais: o mestrado.

Gente, eu estava em paz com minha ignorância, ‘sem saber de nada’, só agora no mestrado percebi que tenho que aprender muito mais, conheci pessoas que me ensinaram muito em pouco tempo, que desvelaram minha visão do mundo.

Tenho muito a agradecer a minha esposa que está sofrendo de ansiedade por conta do meu mestrado e a meu filho que dorme bem a noite no momento que vou descansar. Enfim obrigado a todos que conheci, vocês fazem parte de minhas memórias.

 

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