Memórias partilhadas 3 Turma de 2017

Data da Publicação: 23/02/2019


 Para todas as coisas há um tempo determinado 

ANDREIA VALENGA

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos...

(Renato Teixeira)

 

Eu nasci em Cacoal, Rondônia e aos 3 anos me mudei para Alta Floresta com a minha família, tenho algumas lembranças da minha infância acompanhando meus pais na lida da terra. Sou filha de camponeses com pouco estudo, me criei na roça. Todo o meu ensino fundamental foi em uma pequena escola rural, sentávamos em duplas naquelas mesas e bancos grudados, tenho o privilégio de manter contato e amizade com alguns colegas daquela época, mas no sitio o ensino só ia até a quarta série, então quando terminei aos dez anos de idade, fui morar com os meus tios na cidade para continuar estudando, lembro que chorei muitas noites quietinha de saudades de casa, mas isso sempre me fortaleceu para ser quem eu me tornei hoje. Ninguém nunca disse que seria fácil, mas que no final valeria apena, e eu posso dizer que ainda está valendo...

Um grupo de pais e professores se uniram e por meio desse movimento surgiu o Proemc, que tratava do ensino municipal no campo até o oitavo ano, funcionava assim estudava-se três dias na semana o dia inteiro e a cada semestre equivalia a um ano letivo normal da educação urbana. Então quando terminei a sétima série voltei para o campo, e terminei meu ensino fundamental na mesma escola Poty, a mesma que eu havia estudado até o quarto ano.

Depois voltei a morar na cidade novamente e fiz magistério, me apaixonei por isso, assim que terminei em 1998, fiz um concurso municipal e passei, fui dar aula em uma escola próximo ao sítio dos meus pais. Até hoje encontro alguns desses meus alunos, hoje casados e com filhos outros formados... Então me casei e abandonei tudo isso, fui embora para São Miguel do Guaporé. Tive dois filhos e depois de muito, muito tempo, resolvi voltar a estudar, lá só tinha um pólo da FAEL que ofertava um curso virtual de pedagogia, fiz o vestibular que era apenas uma redação e passei. Um ano após início do curso me divorciei e voltei para Alta Floresta e voltei para a educação. A docência sempre esteve entranhada na minha vida, trabalhei na Escola Adventista por três maravilhosos anos. Fiz concurso para o município de Rolim de Moura, no qual atuo na educação infantil desde de setembro de 2014.

O que me fez querer fazer um mestrado foi a influência de pessoas que eu conheci, do meu grupo de amigos, a maioria eram Doutores e os outros todos fazendo mestrado, eu não podia ficar fora dessa, queria ser como eles, pois os admiro de todo o meu coração. Então fiz o seletivo para o mestrado em educação de Porto velho e fui reprovada na prova. No ano seguinte participei da seletiva do PGECN e fui muito bem, assim que terminar o mestrado vou fazer doutorado e depois pós doc. Também. Conheci um professor que tem sete pós- doc. (UAU) portanto eu também posso. Copiando a fala de uma professora que admiro: Vai ter filha de agricultor, mestre, doutora e pós-doutora siiiim!

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