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Meu nome é Olga Benaria Valentino Silva nasci no dia 5 de setembro de 1999, as exatas 2 horas da manhã, de um dia que tinha recém começado, era um domingo. No Hospital e unidade mista do município de Jaru/Rondônia, nasci de parto normal. Sou a primeira filha de um casal recém casado com menos de um ano de matrimônio, Vivaldo e Vanusa. Vanusa Conceição uma jovem mãe de 22 anos, que nasceu no estado de Mato Grosso e recém nascida com apenas 45 dias imigrou para a cidade de Jaru no mais jovem estado brasileiro, com seus pais Maria Conceição e Vanair José e sua irmãzinha de um ano Ivanir para Rondônia. Era uma dos 10 filhos de seus pais, de 5 mulheres e 5 homens.
E Vivaldo Valentino já com os seus 29 anos, mas ainda jovem também filho de imigrantes da Bahia, veio para o estado de Rondônia juntamente com seus pais Manoel Valentino e Valdomira Maria e seus 6 irmãos, aos 17 anos para o município de Ariquemes. Por ser filho de imigrantes e também ser imigrante, desde cedo aprendeu o valor de um pedaço de terra. E por isso ingressou em um movimento social, que buscava isso além de lutar por vários outros direitos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Neste conheceu novas pessoas que o ajudaram e compartilharam junto um sonho, e alguns se tornaram família. Inclusive foi em uma mobilização organizada pelos os movimentos sociais do estado, que meus pais se conheceram e iniciaram um namoro, que se tornaria casamento, e assim formariam uma família juntos.

Foi no movimento que conheceu o nome e a história de uma revolucionária, alemã, que lutou incansavelmente para que tivéssemos uma sociedade mais justa e igualitária. E por isso escolheu o nome de Olga Benaria para mim em homenagem a esta grande mulher.
Tenho uma irmã Paloma Vitoria Valentino da Silva, que atualmente cursa bacharelado em Agronomia pelo Instituto Federal de Rondônia(IFRO), e o caçula Ernesto Valentino da Silva. Todos somos formados no curso técnico em Agropecuária, integrado ao ensino
médio pela Escola Família Agrícola Chico mendes do município de Novo Horizonte/RO. Moramos e crescemos no município de Alto Alegre dos Parecis/RO em um acampamento do MST chamado Chê Guevara.

Iniciei a graduação logo após ter concluído o ensino médio, em um curso que não foi minha primeira opção licenciatura em Educação do Campo, porém foi a que foi possível fazer no momento, e que com pouco tempo me apaixonei por ele. Assim realizei o vestibular no curso de Educação do Campo, que era um curso integral porém voltado para os trabalhadores do campo, de forma que o curso foi pensado para atender as especificidades destes. E assim ingressei na Universidade Federal de Rondônia/UNIR, o curso era de 8 períodos, e por alternância uma semana por mês estudava todos os dias na universidade, o restante do mês estudava de casa.
No ano de 2018 assim que inicie a graduação, fui diagnosticada com LUPUS, é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. O lúpus provocou comprometimento renal, desta forma realizei um biopsia e iniciei o tratamento para os rins, simultâneo ao tratamento para o lúpus.
No terceiro ano de graduação, veio a pandemia do Covid 19 as aulas foram todas canceladas e entramos em período de isolamento social. Seis meses depois, ainda em período pandêmico, as aulas retornaram de modo remoto com aulas síncronas e assíncronas, e assim permaneceu pelos próximos um ano e meio. Devido a pandemia e com aulas remotas algumas disciplinas foram ofertadas e os períodos ficaram todos bagunçados. No ano de 2022 ainda realizamos dois períodos presenciais, com algumas aulas remotas.

Em meio ao 7 período, no dia 27 de fevereiro de 2022, meu pai veio a falecer vítima de um câncer de estomago. Um momento muito difícil para mim e minha família seria partir daí.
Em agosto concluí a graduação, e setembro colei o grau de licenciada em Educação do Campo, com Habilitação em Ciências da Natureza. No ano de 2023 fiz uma inscrição para cursar pedagogia no IFRO na modalidade a distância, achei que não conseguiria mais passei em fevereiro iniciei o curso. E no final de 2023 me inscrevi no Mestrado em Ensino de Ciência da Natureza, e depois de fases de processo de seleção fui aprovada, e no ano de 2024 iniciei.